O Departamento Jurídico da Arquidiocese do Rio de Janeiro vai abrir nesta segunda-feira um registro de ocorrência contra as arbitrariedades cometidas no sábado passado contra o padre Omar Raposo, reitor do Santuário Cristo Redentor, e uma família que foi impedida de acessar o Cristo para batizar uma criança. Eles foram barrados por seguranças do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, que administra o Parque Nacional da Tijuca, onde fica o santuário. O Cristo Redentor pertence a arquidiocese, mas o Parque Nacional da Tijuca, inclusive a estrada de acesso ao monumento, é administrado pelo instituto.
Para a doutora Claudine Milione Dutra, o que ocorreu foi um crime de perturbação à liberdade religiosa e de culto. Hoje, o departamento jurídico vai procurar a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância para abrir um registro de ocorrência. Segundo nota divulgada no final de semana pelo santuário, esta não foi a primeira vez que esse tipo de caso ocorre com a direção do parque. A doutora Claudine esclarece que o que ocorreu fere o artigo 208 do código penal, de dificultação de acesso ao local de culto, um crime contra a liberdade religiosa e de culto.
A advogada esclarece que há algum tempo a arquidiocese vem tentando contornar a situação, conversando com autoridades, mas agora, não tem mais o que fazer a não ser registrar a ocorrência, porque é um crime grave.